terça-feira, 29 de junho de 2010

Quem rejeita o dualismo precisa jogar fora a experiência, desconsiderá-la por completo. Mas, como não dar valor a experiência? Para um individuo encravado no mundo ele só pode afirmar que vive se assumir que naquele instante ele vê, ouve, toca, cheira e, enfim, pensa/sabe. É esse sentir-saber o ponto de partida dos movimentos intencionais do corpo, que irá produzir alterações no mundo real - portanto o próprio sentir-saber precisa também ser real. O problema (para a ciência) é que os instrumentos não conseguem captá-lo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

É a natureza ou essência das coisas que determina as categorias (e por extensão as palavras que designam essas categorias) e não o contrário. Disso resulta numa certa confusão: não há palavras adequadas para se referir as naturezas devido sobretudo aos erros e vícios no uso delas ao longo do tempo. É preciso fazer malabarismos para poder encaixar palavras em conjuntos categóricos que correspondam precisamente as naturezas encontradas na Realidade...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Na física algo pensa: o cérebro, que pode ser visto por exemplo em imagens de tomografia e ressonância magnética. Na onto algo pensa, esse algo é alguma coisa que não pode ser definida como cérebro, estaria subjacente, como fenômeno "externo" a ele. Uma alma constituir-se–ia numa totalidade intrínseca, construída e expressa pelo cérebro, que pode ser dividida por suas naturezas distintas em: sensível e abstrato. Um sensível amplo e variado assim como idéias sonhadas são realidades e seriam partes desgarradas dessa totalidade. Desgarram-se dessa totalidade quando se quer falar a respeito delas. Ontologicamente essas realidades não podem se apresentar separadas.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Uma coisa é falar das coisas e outra é falar das palavras usadas para se falar das coisas – que essas palavras seguem regras próprias, muitas vezes inadequadas para se compreender temas complexos, porque as coisas perfazem características muito diferentes das características das palavras, que para de fato podê-las representar com exatidão precisariam se originar das mesmas naturezas (mas isso não ocorre) .
Um livro (sobretudo de filosofia) abarca o mundo de que fala, de tal forma que nada parece lhe escapar, enquanto que ao mesmo tempo não passa de um livro, um simples objeto que como tal está inserido como outra qualquer parte que compõe o mundo de que trata.